sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Emilia Ferreiro


Emília Ferreiro:

 "... A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa"
(Emília Ferreiro)
Emília Beatriz Maria Ferreiro Schavi nasceu na Argentina em 1936. Doutorou-se na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, cujo trabalho de epistemologia genética (uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança) ela continuou, estudando um campo que o mestre não havia explorado: a escrita. A partir de 1974, Emília desenvolveu na Universidade de Buenos Aires uma série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões apresentadas em Psicogênese da Língua Escrita, assinado em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky e publicado em 1979.Os resultados dessa pesquisas teve grande influência na escola nos dias de hoje ,modificando as técnicas de alfabetização.Emília é hoje professora titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, da Cidade do México, onde mora. Além da atividade de professora – que exerce também viajando pelo mundo, incluindo frequentes visitas ao Brasil –, a psicolingüista está à frente do sitewww.chicosyescritores.org, em que estudantes escrevem em parceria com autores consagrados e publicam os próprios textos.

TESE:
Tanto as descobertas de Piaget como as de Emília levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento, partindo da tese de que a criança de fato ‘reinventa’ a escrita, porisso, o professor precisa estar atento ao que a criança já sabe. Antes mesmo de iniciar o ensino formal da escrita, ela já constrói, interpretações, elaborações internas que não dependem do ensino adulto e não devem ser entendidas como confusões perceptivas, ou seja os, rabiscos significam determinada interpretação pessoal. Ao pesquisar o desenvolvimento dos conceitos infantis sobre a língua escrita, Emília Ferreiro conclui que as crianças são facilmente alfabetizáveis, foram os adultos que dificultaram o processo de alfabetização delas.

"Nenhuma criança chega à escola ignorando totalmente a língua escrita. Elas não aprendem porque veem e escutam ou por ter lápis e papel à disposição, e sim porque trabalham cognitivamente com o que o meio lhes oferece."
O resultado de duas pesquisas apontam pra o início deste processo, a necessidade de trabalhar ambos, leitura e escrita, com base na compreensão de suas funções na sociedade, evitando ao máximo a fragmentação do conhecimento. Para compreender o desenvolvimento da leitura e da escrita do ponto de vista dos processos de apropriação de um objeto social, Emília Ferreiro conclui que há uma série de modos de representação da linguagem. Sua psicogênese da língua distingue cinco níveis e quatro fases desse método:
Níveis I e II: pré-silábico (não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada)
Nível III:silábico (interpreta a letra à sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada letra)
Nível IV: silábico-alfabético(mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas)
Nível V:(alfabético domina, enfim, o valor das letras e sílabas)
Cada um deles apresenta uma fase de evolução, que procuramos sintetizar em quadros com base em 4 tópicos principais: a hipótese central, a construção gráfica, os níveis de conceitualização da escrita e os da leitura.
Respeitando o nível de desenvolvimento dos estudantes, verificando em primeiro lugar em que altura do processo de leitura e da escrita eles estão. Diagnosticar quanto os alunos já sabem antes de iniciar o processo de alfabetização é um preceito básico do livro Psicogênese da Língua Escrita, de Emília e Ana Teberowsky. De acordo com a teoria, toda criança passa por essas fases até que esteja alfabetizada.
Analisar que representações sobre a escrita o estudante tem é importante pra o professor saber como agir. Não é porque o aluno participa de forma direta da construção do seu conhecimento que o professor não precisa ensiná-lo. Cabe ao professor organizar atividades que favoreçam a reflexão da criança sobre a escrita, porque é pensando que ela aprende.O trabalho de Emília não dá indicações de como produzir o ensino, não existe o método Emília Ferreiro, com passos pré-determinados. Constata-se que o conhecimento se produz por etapas ou estágios sucessivos, nos quais a criança organiza o pensamento e a afetividade.

“As crianças chegam à escola sabendo várias coisas sobre a língua. É preciso avaliá-las para determinar estratégias para sua alfabetização. - apesar de a criança construir seu próprio conhecimento, no que se refere à alfabetização, cabe ao professor, organizar atividades que favoreça a reflexão sobre a escrita”.

"O processo de alfabetização nada tem de mecânico do ponto de vista da criança que aprende. A criança constrói seu sistema interativo, pensa, raciocina e inventa buscando compreender esse objeto social complexo que é a escrita. "

Obras:
 As obras de Emília - Psicogênese da Língua Escrita é a mais importante - não apresentam nenhum método pedagógico, mas revelam os processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita. As pesquisas de Emília Ferreiro, que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita.






Entrevista: Emília Ferreiro



(Nova Escola | Emília Ferreiro | Leitura e escrita na Educação Infantil)

Referencias:

(Nova Escola | Emília Ferreiro | Leitura e escrita na Educação Infantil)
PLT 285-pag-279

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